quinta-feira, maio 17, 2007

Memória boa para poucos

Muitos estudos sobre o tema mostram que o melhor caminho para exercitar a memória é lendo. Por outro lado, no Brasil, esse exercício é praticamente descartado pela maioria dos brasileiros. Mas que novidade isso tem para você leitor? Nenhuma.

No caso de leitura de livro, acontece que, certa vez, tive a curiosidade de perguntar para uma das proprietárias da maior rede de livros do País por que os livros são tão caros. Prontamente, como se estivesse ensaiado a resposta alguma vez, ela justificou que comparado com o número de habitantes no Brasil – cerca de 180 milhões -, ainda é muito baixo o número de livros vendidos todos os anos. Assim, as editoras não têm como baratear mais as publicações.

Então, pergunto: como os brasileiros poderão ter acesso aos livros se ainda é um produto caro e como crescer a venda se poucos podem comprá-los? Realmente é uma situação complicada e não favorece nenhum dos lados.

Talvez a melhor maneira fosse baixar os custos dos livros para as editoras, como por exemplo, na impressão de todo material. No entanto, como fazer isso? Quem sairia prejudicado? O governo, a indústria ou o leitor?

É preciso haver uma discussão para que o problema possa ser resolvido, pois o livro, que deveria ser de acesso a toda população, favorece apenas as classes ABC (em raros os casos a classe E também). Assim, o governo contribuirá para a formação educacional do brasileiro.

A leitura não só ajuda na memória de quem a pratica, mas também é um excelente meio para o aprendizado, tanto da própria leitura como da escrita. É essencial fazer prática dela em todos os sentidos.

Um comentário:

Francis Holland disse...

Eu tenho pensado nisto tambem. Quando o acesso a Internet custava R$ 6.00 por hora na Lanhouse aqui na Bahia, quase não tinha brasileiros
acessando. Um dono de Internet explicou pra mim que "os brasileiros não têm cultura para a Internet." Só que, agora que o preço diminiuo para R$1.00, todo mundo têm cultura!

Igualmente, se os brasileiros não têm costume de ler, poder ser porque um livro típico custa R$80.00 ou seja 25% do salário mínimo. Quem trabalha o mês inteiro e gasta 25% do seu salário num só livro teria que ser malouco! O que as crianças dele vão comer?

Devido seguramente ao preço dos livros, duas livrarias acabam de fechar aquí onde eu moro. Tambem não têm sebo onde a gente compraria livros usados e mais em conta.

Então, o povo têm bem mais acesso à palavra escrito por Internet do que por livros. Tal vez isso será uma boa parte da solução do problema.

Algum dia provalmente vai haver um Shareaza.com para ler livros, igual como têm agora para ouvir músicas.

Emquanto, pode ler este artículo que acabo de escrever: "Separação e Violência Dividem Negros e Brancos nos Estados Unidos."