sábado, fevereiro 05, 2011

Tablets, e-readers e o futuro

Um pouco mais de um ano do lançamento da primeira versão, já surgem rumores para a chegada do iPad 2, que, de acordo com sites especializados em novidades da Apple, estará disponível no mercado ainda neste semestre. Mais uma vez Steve Jobs acertou em cheio. O seu produto vendeu em todo mundo quase 15 milhões de unidades, superando todas as expectativas dos investidores.
Tudo bem que, bem antes do iPad, vieram os revolucionários “e-readers” (leitor de livros digitais), como o famoso Kindle, sucesso lançado em 2007 pela empresa estadunidense especializada em comércio eletrônico Amazon, que deu um passo extremamente importante na venda de livros em formatos digitais. No entanto, com a chegada do iPad, a Apple abriu as portas aos tablets, proporcionando uma interatividade infinita com a comercialização de milhares de jogos, aplicativos e publicações - livros, revistas e jornais -, tudo por meio de sua loja virtual iTunes. 
Assim como aconteceu com os computadores pessoais, os tablets dominarão e estarão presentes às mãos de milhões de leitores de jornais, livros e revistas num futuro muito breve. Essa tendência é irreversível e as empresas que fabricam (ou pensam em fabricar) esses dispositivos sabem disso.
Se por um lado as fabricantes têm ciência do futuro dos tablets, para empresas de comunicação e editoras ainda há muitas dúvidas. A venda de jornais, livros e revistas exclusivo para esses dispositivos móveis será inevitável e lucrativa. Custos com a impressão, com o transporte e com a distribuição, por exemplo, ajudariam a diminuir drasticamente o valor final do produto, atraindo um número cada vez maior de consumidores.
Apesar de preocupados com o futuro de suas publicações, empresários do ramo ainda não conseguiram traçar um plano para lidar com o avanço feroz da tecnologia. Com a popularização dos tablets e o baixo custo das versões digitais, é provável que o número de pessoas a migrar para esse tipo de dispositivo aumente, além de conquistar novos leitores que não tinham intimidade com as edições impressas.
Uma matéria publicada hoje pelo “New York Times” apresenta a realidade dos e-readers e das publicações virtuais. De acordo com a reportagem, a venda de livros eletrônicos na editora HarperCollins subiu 25% contra 6% no ano anterior. 
Eliana Litos, a adolescente de 11 anos citada na reportagem, diz que, desde quando ganhou o e-reader, não consegue abandonar a leitura. “Já faz algumas semanas que eu esqueci completamente da TV. Durante duas semana. Eu assisti apenas a um programa ou a quase nenhum. Eu fico lendo todos os dias”, revela a jovem.
É evidente que as invenções tecnológicas são responsáveis por tais mudanças. O próprio livro convencional como conhecemos também passou por diversas transformações, desde as escritas feitas em tabuletas de argila ou de pedras até os e-books de hoje. Essas modificações que aconteceram ao longo dos séculos também impulsionaram novos leitores, seja de livros ou de jornais.
No entanto, no mundo selvagem do capitalismo, onde a existência de tais produtos - jornais, revistas e livros - depende do fator financeiro, qualquer mudança deve ser estudada e planejada. Assim, mesmo que existam obras independentes e sem fins-lucrativos, elas serão esporádicas ou mínimas.
Nem todos se adaptarão às versões digitais, mas provavelmente será a minoria. Portanto, se daqui a alguns anos, se a venda de publicações impressas cair radicalmente, é provável que as empresas abandonem esse nicho de mercado, pois não compensaria financeiramente para elas e muito menos para os consumidores.
Esse é um ponto que precisa ser debatido, pois até que momento os tablets influenciarão a economia mundial. A supressão das publicações impressas certamente colocaria em risco de extinção milhares de empregos que ajudam a mover a economia. A área gráfica, do transporte, da distribuição e do varejo seriam apenas alguns exemplos.
A própria chegada dos e-readers e dos tabletes eliminaram a ideia que se tinha até há pouco tempo: de imprimir livros, jornais e revistas em bancas e em livrarias. Para ter acesso a esses conteúdos, nem de casa precisamos sair mais. 
Diante dessa situação, será que estamos prontos para tais dispositivos assim como eles estão prontos para nós? Hoje, essa é uma resposta valiosa demais para o mercado e infelizmente não a tenho. Mas e você?

Foto: Divulgação

domingo, janeiro 30, 2011

Que mão de obra é essa?

Já não é mais novidade para ninguém que a educação no Brasil não acompanha o crescimento econômico do País. No entanto, além da falta de mão de obra especializada, grandes e pequenos empresários estão enfrentando mais um problema na hora de contratar funcionários ou estagiários: a ausência de comprometimento, que, dependendo do ponto de vista, pode estar relacionada à educação. 

Histórias de pessoas que chegam para trabalhar e abandonam o emprego no mesmo dia sem mesmo dar satisfações ao novo patrão são comuns. Há também inúmeros exemplos de empregados que faltam e nem justificativas expressam. Com tais cenários, empresários estão muito mais seletivos no momento da contratação, exigindo experiências anteriores e principalmente boas recomendações. 

Dessa forma, as indicações favoráveis estão valendo tanto quanto um bom currículo. Portanto, as agências de empregos ou mesmo os recursos humanos das empresas estão tendo que se adaptar a essa nova tendência. Para elas, a busca por candidatos que agradem os empregadores não tem sido fácil, pois já percebem que candidatos experientes nem sempre são aqueles que assumem compromissos com a empresa e com o cargo. 

Nesta conjuntura, encontramos duas guerras: entre patrões em busca de profissionais e entre candidatos a procura de patrões. Nesta luta quem perde é o Brasil. Por isso, a qualificação profissional é um dos mais importantes desafios que o País deve enfrentar nos próximos anos e rápido, sob pena de ter mão de obra estrangeira ocupando posições relevantes que poderiam certamente ser preenchidas por brasileiros. 

O governo transmite essa situação à população como prosperidade da nação. Porém, esquece que, nos países de primeiro mundo, o défice populacional é um forte motivo para atrair estrangeiros. Certamente esse não é o caso do Brasil, com uma população de aproximadamente 200 milhões de pessoas.

Solucionar esse problema requer empenho dos governos na esfera federal, estadual e municipal. Educação, formação técnica e trabalhos sociais são formas de construir um projeto para o futuro. Mas a tarefa deve ser executa com seriedade e com comprometimento, as mesmas qualificações exigidas por empresas para preenchimento de cargos.

Se por um lado o governo precisa empenhar-se, os candidatos também devem se dedicar mais. Comprometimento com o cargo e com a empresa são fundamentais para um futuro promissor e muito valioso para a carreira profissional. 

Infelizmente, quem sofre mais com a falta de pessoas qualificadas no mercado de trabalho são os pequenos empresários, pois não possuem a mesma estrutura das grandes empresas para suprir essa defasagem que o mercado impõe. O resultado disso sempre estará na qualidade cada vez menor do serviço ou do produto oferecido para o consumidor final, penalizado sempre como de costume.