Já não é mais novidade para ninguém que a educação no Brasil não acompanha o crescimento econômico do País. No entanto, além da falta de mão de obra especializada, grandes e pequenos empresários estão enfrentando mais um problema na hora de contratar funcionários ou estagiários: a ausência de comprometimento, que, dependendo do ponto de vista, pode estar relacionada à educação.
Histórias de pessoas que chegam para trabalhar e abandonam o emprego no mesmo dia sem mesmo dar satisfações ao novo patrão são comuns. Há também inúmeros exemplos de empregados que faltam e nem justificativas expressam. Com tais cenários, empresários estão muito mais seletivos no momento da contratação, exigindo experiências anteriores e principalmente boas recomendações.
Dessa forma, as indicações favoráveis estão valendo tanto quanto um bom currículo. Portanto, as agências de empregos ou mesmo os recursos humanos das empresas estão tendo que se adaptar a essa nova tendência. Para elas, a busca por candidatos que agradem os empregadores não tem sido fácil, pois já percebem que candidatos experientes nem sempre são aqueles que assumem compromissos com a empresa e com o cargo.
Nesta conjuntura, encontramos duas guerras: entre patrões em busca de profissionais e entre candidatos a procura de patrões. Nesta luta quem perde é o Brasil. Por isso, a qualificação profissional é um dos mais importantes desafios que o País deve enfrentar nos próximos anos e rápido, sob pena de ter mão de obra estrangeira ocupando posições relevantes que poderiam certamente ser preenchidas por brasileiros.
O governo transmite essa situação à população como prosperidade da nação. Porém, esquece que, nos países de primeiro mundo, o défice populacional é um forte motivo para atrair estrangeiros. Certamente esse não é o caso do Brasil, com uma população de aproximadamente 200 milhões de pessoas.
Solucionar esse problema requer empenho dos governos na esfera federal, estadual e municipal. Educação, formação técnica e trabalhos sociais são formas de construir um projeto para o futuro. Mas a tarefa deve ser executa com seriedade e com comprometimento, as mesmas qualificações exigidas por empresas para preenchimento de cargos.
Se por um lado o governo precisa empenhar-se, os candidatos também devem se dedicar mais. Comprometimento com o cargo e com a empresa são fundamentais para um futuro promissor e muito valioso para a carreira profissional.
Infelizmente, quem sofre mais com a falta de pessoas qualificadas no mercado de trabalho são os pequenos empresários, pois não possuem a mesma estrutura das grandes empresas para suprir essa defasagem que o mercado impõe. O resultado disso sempre estará na qualidade cada vez menor do serviço ou do produto oferecido para o consumidor final, penalizado sempre como de costume.